Revista Nota do Tradutor

A Átopos Editorial encontra uma de suas maiores fontes de inspiração na Revista (n.t.) Nota do Tradutor. Seus caminhos se entrelaçam. Compartilhamos o mesmo DNA, em cujo código está inscrita a paixão pelas letras e pela tradução.

(n.t.) é uma publicação online e gratuita, uma revista inteiramente dedicada à tradução de textos das mais diversas línguas, culturas e épocas, à língua portuguesa.

A revista literária em tradução surgiu em 2010, concebida por Gleiton Lentz, e tem publicado, desde então, textos de mais de 40 idiomas, contemporâneos e antigos, como o sumério, grego antigo e moderno, latim, farsi, japonês, russo, polonês, romeno, italiano, francês, espanhol, inglês e muitos outros.

(n.t.) é uma joia inigualável no cenário editorial independente, e não apenas no contexto brasileiro, já que a Nota do Tradutor é uma revista de alcance internacional, contando com muitos leitores nos mais diversos países. Uma grande obra em devir, um permanente work in progress de traduções, uma Babel em construção. A diversidade linguística e cultural do acervo, a excelência não só das traduções, mas também estética (a composição, a forma, o conceito), tudo isso faz da (n.t.) uma revista essencial, no que concerne ao teor, e exuberante, quanto à forma. Um primor.

O primeiro título da Átopos Editorial foi Cioran, um aventureiro imóvel (30 entrevistas), de Ciprian Vălcan. Desde 2014, a (n.t.) tem publicado ensaios e aforismos de Emil Cioran até então inéditos em português, em traduções feitas por Rodrigo Inácio R. Sá Menezes, tradutor e editor da Átopos, a partir do francês e do romeno.

 

“A urgência de escrever”, (n.t.), nº 9, novembro de 2014. [+]
“Duas diatribes”,
(n.t.), nº 17, dezembro de 2018 [+]
“Pensamentos extraviados”, (n.t.), nº 19, dezembro de 2019 [+]
“Encontros com o suicídio”, (n.t.), nº 23, 2021 [+]

O nº 23 da Nota do Tradutor (2022) é uma edição especial, em parceria com o Portal E.M. Cioran Brasil, pautada pela temática do suicídio conforme se manifesta nos textos de autores que puseram fim às suas vidas ou que se puseram a refletir sobre o suicídio em vida. Trata-se de uma antologia literária e humanística que se presta a uma reflexão multidisciplinar e crítica sobre a – complexa e delicada – questão do suicídio. Reunindo 29 autores estrangeiros, em 15 idiomas diferentes, este Suicidário contempla os mais variados pontos de intersecção entre a literatura, as humanidades e o ato em questão.

Os estudos literários e humanísticos em geral têm muito a contribuir para uma compreensão humanizada do suicídio. Afinal, a literatura é um meio privilegiado de ir além de nossas províncias pessoais, sempre tão demarcadas, e abordar sensivelmente certos tabus, tocar o intocável, dizer o indizível.  

Autores e as traduções do Suicidário: o francês Gérard de Nerval, com Passeios e lembranças, por Vera Lúcia de Azevedo Siqueira; o armênio Yeghia Temirtchipashian e sua Canção disforme, por Fernando Januário Pimenta e Lusine Yeghiazaryan; o andaluz Ángel Ganivet, com Os corvos, por Willian Henrique Cândido Moura; o francês Léon Deubel, com Os malditos, por Cílio Lindemberg; o romeno Urmuz e seu Filme documentário da morte, por Fernando Klabin; a estadunidense Sara Teasdale, com , por Alison Silveira Morais; o austríaco Georg Trakl, com Cemitério de São Pedro, por Marcos Müller; o italiano Carlo Michelstaedter, com Despertar, por G. Lentz; o grego Napoleon Lapathiotis, com Estou só, por Miguel Sulis; a argentina Alfonsina Storni, com Eu no fundo do mar, por Luciana Lima Silva; o russo Vladímir Maiakóvski, com A todos, por Verônica Filíppovna; o russo Serguei Essênin, com Meus sonhos, por V. Filíppovna; o grego Kóstas Karyotákis, com suas Elegias e Sátiras, por Théo de Borba Moosburger; o francês Jacques Rigaut, com Serei sério como o prazer, por Natan Schäfer; o japonês Osamu Dazai, com Cerejas, por Karen Kazue Kawana; a italiana Antonia Pozzi e sua Oração à poesia, por Camila Vicentini Camargo e Cláudia Tavares; o franco-uruguaio Albert Caraco, com Breviário do Caos, por Rodrigo Menezes; o sueco Stig Dagerman, com A nossa necessidade de consolo é impossível de satisfazer, por Paula Castro e José Daniel Ribeiro; o japonês Yukio Mishima, com Poema de Morte, por Renan Kenji Sales Hayashi; o catalão José Agustín Goytisolo, com Adeus, por Gabriela Ghizzi Vescovi; o francês Jean-Pierre Duprey, com O fim e a maneira, por N. Schäfer; a estadunidense Sylvia Plath, com As danças da noite, por Beta M. X. Reis; a argentina Alejandra Pizarnik, com A última inocência, por Júlia Corrêa; a persa Ghazaleh Alizadeh e suas Últimas palavras, por M. Sulis; a turca Nilgün Marmara, com Túmulo, por Leonardo da Fonseca; e o chinês Haizi (Zha Haisheng), com Diante do mar, flores abrem na primavera, por Marcelo Medeiros e Zhou Chunlin.